Próximas Defesas

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Arquivando a pandemia: transformação digital e luta pela memória na América Latina
Aluno(a): Ian Kisil Marino
Programa: História
Data: 13/05/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Thiago Lima Nicodemo - Orientador (UNICAMP)
  • Josianne Frância Cerasoli (UNICAMP)
  • Anita Lucchesi (Universidade de Luxemburgo)
  • Miguel Soares Palmeira (USP)
  • Luciana Quillet Heymann (Fundação Oswaldo Cruz/RJ)
Descrição da Defesa:

Como foram arquivados registros da pandemia de COVID-19 na América Latina? Esse é o questionamento básico que orienta este trabalho. Observando os efeitos da transformação digital, a tese aborda os agentes, as estratégias, a documentação e, enfim, a experiência dos projetos criados especificamente para arquivar aspectos da vida durante a pandemia na região. Trata-se de uma pluralidade de iniciativas criadas por agentes que atuaram com variados graus de formalidade, compondo projetos que transitam entre a criatividade e a precariedade. Universidades, arquivos públicos, ativistas, páginas de redes sociais, anônimos, acadêmicos e voluntários estão entre os atores que adotaram estratégias diversas para coletar, organizar e prover acesso a registros sobre a vida durante a catástrofe da pandemia na América Latina. Tais projetos são observados por um olhar historiográfico, isto é, são objeto de uma reflexão sobre a constituição da história enquanto área do conhecimento a partir das operações que realizam nos campos do arquivo e da memória. Assim, procura-se entrelaçar uma história do arquivamento da pandemia com uma reflexão sobre como a experiência de tais projetos mobiliza, tensiona e cria interações entre noções fundamentais ao campo historiográfico, como arquivo, memória, história, testemunho, evidência, passado, presente, futuro, justiça, dentre outras. Inicialmente, reflete-se sobre as formas de coleta de registros por tais projetos em perspectiva à adoção de técnicas de composição e análise de base de dados para estudos históricos no meio digital. Em seguida, debruça-se sobre a experiência de arquivamento via redes sociais, destacando os contornos dos projetos que se utilizaram do Instagram e os desdobramentos das suas experiências para a construção de arquivos e histórias no meio digital. A terceira parte da tese aborda o caráter sensível dos projetos e dos registros da pandemia. Expressando traumas e feridas históricas coerentes com a catástrofe vivida, tais arquivos possibilitam uma rica imersão sobre a operacionalização de tempos históricos e a mobilização de sensibilidades em direção à reconstrução e ao fortalecimento comunitário. Do início ao fim, a tese reflete sobre o caráter global, a desigualdade e o caráter trágico expresso na experiência de arquivamento da COVID-19. Isso tudo imprime um tensionamento constante das noções de história e arquivo em perspectiva a uma prática ética no que concerne a eventos catastróficos, realçada em complexidade pela presença das tecnologias digitais. Como se argumenta, a própria experiência dos arquivos da pandemia é um caminho para encaminhar essa tensão, a partir da abertura a formas mais fluidas de mobilização do tempo histórico, da escuta da dor, do engajamento político e do agenciamento a partir as margens para a construção de arquivos calcados no cultivo do comum.

O ROMANCE DE FORMAÇÃO NA PERIFERIA DO CAPITALISMO: FORMA LITERÁRIA E DEFORMAÇÃO DE CLASSE EM O ABORTO (1893), A PROFISSÃO DE JACQUES PEDREIRA (1911) E MADEMOISELLE CINEMA (1923).
Aluno(a): Pedro de Castro Picelli
Programa: Sociologia
Data: 13/05/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Renato José Pinto Ortiz (Presidente) (Orientador) - IFCH/UNICAMP
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Élide Rugai Bastos - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. André Pereira Botelho - Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Prof. Dr. Antônio da Silveira Brasil Júnior - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Descrição da Defesa:

Este é um estudo sobre o aprendizado social de uma fração de classe em formação no Rio de Janeiro através de seus romances publicados entre 1890 e 1920. Em específico, o aprendizado da mudança social na periferia do capitalismo figurado no dilema entre a constituição do self burguês das protagonistas e as dinâmicas de integração na sociedade de classes fabuladas pelos textos. Os textos selecionados para a pesquisa de doutoramento foram O Aborto (1893) de Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914), A Profissão de Jacques Pedreira de Paulo Barreto (1881-1921) – mais conhecido como João do Rio - e Mademoiselle Cinema: novella de costumes do momento que passa... (1923) de Benjamim Costallat (1897-1961). Por aprendizagem, penso as formas de elaboração, formulação e conhecimento sobre o mundo social em reflexividade aos processos sociais. Isto é, como elementos indissociáveis das próprias dinâmicas empíricas da sociedade, uma vez que elas conferiram sentido e orientaram a ação de grupos e sujeitos também em formação social. Mobilizo estes livros, então, para investigar as disputas culturais pelos rumos da mudança empreendidas por uma pequena burguesia em conformação, como protagonista das dinâmicas da revolução burguesa no país. Sustento que os textos podem ser lidos como “romances de formação” na periferia do capitalismo, assentados por um estilo de pensamento conservador e por uma postura antimodernista em elaboração.

DISPUTAS PELA ADMINISTRAÇÃO DAS ALDEIAS INDÍGENAS NO ESTADO DO MARANHÃO DURANTE A UNIÃO IBÉRICA (1603-1647): A QUESTÃO DA LIBERDADE
Aluno(a): Manoel Messias Oliveira dos Santos
Programa: História
Data: 17/05/2024 - 10:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Camila Loureiro Dias - Orientadora (UNICAMP)
  • Aldair Carlos Rodrigues (UNICAMP)
  • Rafael Ivan Chambouleyron (UFPA)
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa analisa as disputas entre os agentes coloniais no Maranhão pela administração das aldeias e do trabalho indígenas, bem como a política indigenista durante a União Ibérica (1603-1647), buscando compreender a ideia de liberdade colonial proposta e suas implicações no processo de incorporação dos nativos à sociedade colonial. Partindo dos primeiros contatos entre portugueses e indígenas na conquista do território, examina as estratégias dos portugueses em forjar alianças com os nativos e o processo de formação dos primeiros aldeamentos. Em seguida descreve e analisa o conceito de liberdade na legislação indigenista empregada pela monarquia hispânica e os projetos de aldeamentos do colono Bento Maciel Parente e do jesuíta Luís Figueira. Por fim, avalia a prática de administração das aldeias e dos indígenas aldeados na primeira metade do século XVII. A pesquisa sugere uma incompatibilidade entre a “liberdade” imposta pelo Estado colonial e a garantia da autonomia relativa dos povos indígenas integrados nos aldeamentos do Maranhão.

Manifestações à Direita: lutas pela reprodução social da classe média brasileira (2014-2023)
Aluno(a): Fernando Savella
Programa: Sociologia
Data: 20/05/2024 - 15:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Sávio Machado Cavalcante (Presidente) (Orientador)
  • Profa. Dra. Andreia Galvão - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. André Ricardo Salata - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa tem como objetivo contribuir com o debate sobre a reprodução social das classes sociais no Brasil e a mobilização da classe média no contexto do que se convencionou chamar de crise política através das manifestações de rua à direita do espectro político. Com base na análise documental de fotos, vídeos, declarações e textos produzidos pelos agentes estudados e por meios de mídia e na revisão bibliográfica disponível sobre o fenômeno das manifestações pró-impeachment, em apoio à Operação Lava-Jato e em apoio da candidatura e do mandato de Jair Bolsonaro, analisamos a relação entre o conteúdo das manifestações e a trajetória recente da classe média brasileira. A partir dessa relação, estudamos a hipótese de que as manifestações de rua possam ser caracterizadas como uma estratégia de distinção social adotada pela classe média num contexto em que diversos de seus marcadores distintivos encontravam-se ameaçados. Utilizamos, nesse intento, as teorias de Nicos Poulantzas e Pierre Bourdieu como bases para tratar dos condicionamentos de classe da classe média e a dinâmica das lutas pela reprodução social através das práticas políticas.

ESTADO-NAÇÃO E PUREZA RACIAL: as legislações anti-miscigenação dos Estados Unidos e da Alemanha
Aluno(a): Sara Antunes de Oliveira e Souza
Programa: Sociologia
Data: 23/05/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Matheus Gato de Jesus (Presidente) - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Luiz Gustavo Freitas Rossi - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Michel Gherman - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Descrição da Defesa:

W. E. B. Du Bois afirmou em 1935 que os Estados Unidos e a Alemanha eram os países mais investidos nas legislações anti-miscigenação, ordenamentos proibitivos dos casamentos entre brancos e não brancos. Naquele ano estavam em vigor o Ato de Integridade Racial do estado da Virgínia e a Lei da Proteção do Sangue Alemão e da Honra Alemã, dois exemplos da extensão a que chegavam as políticas estatais a fim de produzir e de circunscrever a brancura. A presente dissertação aponta as relações entre os dois contextos extrapolando a perspectiva de um intercâmbio de práticas eugênicas, tampouco argumentando exclusivamente em favor dos paralelos entre as populações preferencialmente tornadas não brancas nos países, a exemplo dos negros e os judeus. Partindo de um diferente posicionamento, o das respostas comuns dos teóricos e políticos raciais aos eventos disruptivos das ordens hierárquicas do Oitocentos, a exemplo das emancipações negra e judaica, investiga-se comparativamente os processos de instauração das duas legislações destacadas. Pretende-se fazer apontamentos sobre as construções da brancura a partir do significante da pureza racial, um imaginário sendo progressivamente alçado ao patamar de política nacional ao longo dos séculos XVIII e XIX. A hipótese é a de que a anti-miscigenação fornecia o conteúdo simbólico-moral, além das práticas legislativas e jurídicas, para a estruturação da branquidade nestas nações nos anos 1930. O objetivo é o de demonstrar como seu deu esta estruturação aos níveis nacionais, indicando na análise o quanto eram pervasivas a um construto transnacional de brancura, ao mundo branco.